CASOS MARCANTES Na sexta-feira, completaram-se 11 anos da morte de Eliza Samúdio

Na última sexta-feira, completaram-se 11 anos da morte da modelo e atriz Eliza Samúdio. Foi nessa data – 10 de junho de 2010 – que a polícia acredita que ela tenha sido assassinada. O caso, cheio de mistério e envolvendo um jogador de futebol famoso, mobilizou o país e ainda tem muitas perguntas sem respostas.
Goleiro do Flamengo na época do crime, Bruno Fernandes foi a Júri Popular pelo crime, junto com outras quatro pessoas – Luiz Henrique Romão (Macarrão), Fernanda Gomes de Castro, Dayanne Rodrigues e Marcos Aparecido dos Santos (Bola).
Bruno e Eliza se conheceram entre 2008 (segundo ela) e 2009 (segundo ele). Casado, o jogador manteve um caso extraconjugal com a jovem que, à época, tinha 25 anos. Eliza engravidou e, em outubro de 2009, grávida de 5 meses, tornou a relação pública ao dar entrevista para um jornal do Rio de Janeiro denunciando ter sofrido agressões que teriam sido cometidas por Bruno e amigos dele.
Ela fez um Boletim de Ocorrência e recebeu proteção da Lei Maria da Penha. Mas, quando o filho, Bruninho, nasceu, em fevereiro de 2010, Eliza e Bruno se reaproximaram. Ela passou a viver em hotéis da capital fluminense com o bebê. Bruno pagava as diárias.
O pequeno ainda não havia completado 4 meses de vida quando Eliza avisou amigas que iria até um sítio de Bruno, no interior de Minas Gerais, a pedido dele, para conversarem.
De acordo com as investigações, no local, a modelo foi torturada, teve o filho arrancado dos braços e, por fim, foi assassinada. Seu corpo jamais foi encontrado. Bruninho foi resgatado em uma favela do Rio de Janeiro, dias depois do sumiço da mãe.
O julgamento dos réus, acusados de crimes diversos, foi iniciado em Contagem, Minas Gerais, em 19 de novembro de 2012.
No primeiro dia, os advogados de Marcos Aparecido abandonaram o plenário e o julgamento dele foi desmembrado. No terceiro dia, a juíza resolveu adiar o julgamento de Bruno para 2013. O júri continuou para outros dois réus no processo: Luiz Henrique Romão (Macarrão), condenado a 15 anos de prisão pelo sequestro e assassinado de Eliza, e para Fernanda Gomes de Castro (ex-namorada do goleiro), condenada a 5 anos de prisão pela participação no sequestro da modelo e de seu bebê.
Em 4 de março de 2013, começa o julgamento de Bruno e Dayanne. O goleiro foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. Dayanne foi absolvida da acusação de participação no sequestro de mãe e bebê.
Em 27 de abril de 2013, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é condenado a 22 anos de prisão pelo crime. A pena determina 19 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio e mais três anos de prisão em regime aberto pela ocultação do cadáver.
Em fevereiro de 2014, preso em regime fechado na Penitenciária Nelson Hungria, Bruno assinou contrato com o Montes Claros Esporte Clube, time que disputa a segunda divisão do Campeonato Mineiro. A Justiça negou a Bruno o trabalho no clube, que seria incompatível com o trabalho externo de um detento.
Bruno chegou a sair da prisão em fevereiro de 2017, após a decisão do STF concedendo habeas corpus, mas retornou à prisão após a revogação da decisão em abril do mesmo ano. Ele vinha trabalhando em diversas instituições durante o dia, até cometer uma falta grave em 2018, pela qual a Justiça determinou que ele só poderia ter progressão de pena em 2023.
No entanto, o benefício de progressão de pena foi concedido em 18 de agosto de 2019. Bruno deixou o presídio no dia seguinte. Ele atualmente joga pelo Rio Branco-AC.
LEIA MAIS
O intrigante Caso PC Farias
Morte do menino Evandro chcou o país em 1992
Às vésperas do Dia das Mães, lembramos o Caso Pedrinho
Em agosto de 2000, jornalista matou a ex-namorada
Há quase 10 anos, juíza Patrícia acioli foi assassinada na frente de casa
Há 24 anos, o índio Galdino era assassinado